Extraído de http://correio.rac.com.br/ - 25/01/2012
Jusitça Eleitoral de Campinas alega que não pode deliberar sobre o pedido do PCdoB
A Justiça Eleitoral de Campinas avaliou que caberá aos tribunais —
Regional Eleitoral (TRE) e Superior Eleitoral (TSE) — decidirem sobre a
possibilidade de eleições diretas na cidade. Em resposta à representação
do PCdoB que pede que o pleito para o mandato-tampão seja por votação
do eleitor, o juiz Nelson Augusto Bernardes, da 33a Zona Eleitoral da
cidade, informou que a competência para deliberar sobre a solicitação
não é da “primeira instância”. A dois meses do final do prazo para
realizar novas eleições no município, nenhuma diretriz foi definida pela
Câmara — que mantém o assunto blindado — e partidos da oposição ao
atual governo buscam na Justiça barrar a eleição indireta, em que os 33
vereadores escolhem o próximo chefe do Executivo que vai administrar a
cidade até dezembro.
Em sua decisão, Augusto Bernardes escreveu: “Trata-se o pedido
inserto na referida petição do Partido Comunista do Brasil - PCdoB de
matéria cuja competência para deliberação cabe aos tribunais e não ao
juízo de primeira instância”.
De acordo com o TRE, a Constituição Federal delimita o que deve
ocorrer em situações em que o prefeito e o vice são cassados baseados no
cargo do presidente do País. Quando os dois são cassados, o termo
jurídico para exemplificar o que ocorre no município é dupla vacância.
Em dezembro, após a cassação de Demétrio Vilagra (PT), os parlamentares
foram até Nelson Bernardes para saber como deveriam proceder nesta
situação. O entendimento do juiz eleitoral foi de que, com a dupla
vacância, a eleição seria indireta em Campinas.
A partir desse posicionamento jurídico, a Câmara criou uma comissão
para preparar o pleito. As diretrizes, calendários e regras eleitorais
são mantidos a sete chaves pelo Legislativo.
Ainda de acordo com o TRE, qualquer pessoa pode questionar a forma
como a eleição será feita. O pedido será analisado pelos desembargadores
eleitorais. Não existe prazo definido para que essa análise seja feita.
O advogado do PCdoB, Pedro Benedito Maciel Neto, disse que a própria
Câmara poderia ter feito o questionamento na Justiça. “Caso o TRE decida
que as eleições em Campinas devem mesmo ser indiretas, contrariando a
jurisprudência majoritária do TSE e do STF (Supremo Tribunal Federal), o PCdoB irá ao TSE para garantir que a soberania popular que decorre do voto direto seja respeitada”, disse Maciel Neto.
Diretas
Nesta semana, o PCdoB foi até a Justiça Eleitoral para questionar a possibilidade de uma eleição direta. Enquanto isso, o PT, partido de Demétrio, buscou na Câmara uma definição sobre o pleito direto financiado pelo Legislativo. Em casos como este, a Justiça costuma analisar se existe prazo adequado para que a eleição seja feita e também o custo do processo no município. No caso de Campinas, uma estimativa é de que, se a população fosse às urnas hoje para definir o prefeito, o valor de todo o aparato seria de cerca de R$ 2 milhões.
Nesta semana, o PCdoB foi até a Justiça Eleitoral para questionar a possibilidade de uma eleição direta. Enquanto isso, o PT, partido de Demétrio, buscou na Câmara uma definição sobre o pleito direto financiado pelo Legislativo. Em casos como este, a Justiça costuma analisar se existe prazo adequado para que a eleição seja feita e também o custo do processo no município. No caso de Campinas, uma estimativa é de que, se a população fosse às urnas hoje para definir o prefeito, o valor de todo o aparato seria de cerca de R$ 2 milhões.
Segundo o TRE, não existe uma regra específica para a escolha do
governante de cidades em casos semelhantes ao de Campinas, já que a
Constituição trata apenas do cargo de presidente. Por este motivo,
algumas leis são levadas em consideração, como a Lei Orgância do
Município. Neste caso, após a orientação da Justiça local de que o
pleito será indireto, e com o encaminhamento do Legislativo no que diz
respeito às diretrizes dessas eleições, a Justiça pode ainda não se
manifestar sobre a organização do pleito ou questionar, caso seja
encontrada alguma fundamentação, a forma como a cidade conduz a eleição.
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